Uma das obras que mais comenta sobre o `tato magnético` é o
livro do russo V.L.Saiunav. Dele extrairemos algumas citações:
`Nossas experiências (...) confirmaram plenamente a
capacidade de visão óptica atribuída a Rosa Kuléchava. Com a palma da mão, ela
lia facilmente, tanto os tipos grandes, quanto os pequenos, impressos nos
jornais (...). (Se bem aqui não era ainda o tato magnético, isto serviu para
alertar Saiunav sobre o fenômeno.)
`Falei da possibilidade de `diagnosticar` com as mãos, o que
demonstrei num jornalista conhecido que viera visita-lo.
`Descobri essa possibilidade de maneira totalmente inesperada
quando, ao fazer os acompanhamentos, senti que em certas partes do corpo do
doente minha energia era captada de modo mais intenso do que em outras.
Inúmeras perguntas feitas aos pacientes confirmavam totalmente o fenômeno. Sim,
as partes afetadas do organismo absorvem a energia de modo muito mais sensível
do que as outras. (...) Isso tudo me levou a supor que, além da `aura` que
circunda o corpo humano, contorno biomagnético próximo da periferia do
organismo, existe ainda uma estrutura energética qualquer do elemento vivo que
conserva traços indeléveis de qualquer doença ou trauma. As perturbações dessa
unidade são sentidas pelo magnetizador, quando este adquire certa prática do
chamado `biodiagnóstico`
Resumidamente a técnica de Saiunav é a seguinte:
1.
O
examinado deve ficar de pé ou deitado, com os olhos abertos, os braços
esticados (...) É desejável, mas não indispensável, o máximo relaxamento.
2.
O
exame começa a partir da cabeça, as mãos descem como que se arrastando (...)
3.
A
distância do corpo do examinado varia de cinco a quinze centímetros. A
velocidade (...) vai de meio a um segundo, ou mais, por decímetro.
4.
Os
resultados (...) devem ser comunicados (...) por expressões moderadas, tais
como: `Parece-me`, `pode ser que o senhor tenha tal coisa`, `não posso garantir
que seja isso`, etc.
E acrescenta: `Esses cuidados não são
apenas necessários por causa da grande impressionabilidade do examinado, como
também, muitas vezes, por questões práticas.
`(...) No decorrer do
`biodiagnóstico` registram-se `aberturas`, `brechas`, `pontos de calor` no
campo energético total que circunda o organismo vivo.
`O sucesso do biodiagnóstico em curso
reside na sequência sem desvios de uma dada situação, de grande concentração
interior, sem qualquer desejo de encontrar nisso um divertimento para si próprio
ou para os presentes.
`Não se admitem as adivinhações ou as
improvisações (...)
E, para encerrar as citações do
Saiunav, vejamos mais esta:
`Entretanto, imperceptivelmente a
biodiagnose, à primeira vista, baseada apenas na atenção concentrada, na intensidade
da perda do fluxo energético, começou a mudar, adquirindo outros princípios.
Acontece que é possível, sem atentar para as próprias sensações, saber (!) que
sob as mãos encontra-se um órgão afetado ou parte do corpo que, no passado,
sofrera um trauma, um ferimento, uma operação, um processo inflamatório. O
conhecimento precede à observação. (...) Isso já é algo semelhante ao `contato
com o campo das idéias e decisões preexistentes`(...)
Antes de passarmos a outros autores,
façamos uma breve análise do que disse Saiunav.
1.
Ele
descobriu sua capacidade de `biodiagnosticar` fazendo `acompanhamentos`, estes,
como vimos no item 3, `A importância do dispersivo`, nada mais são que nossos
conhecidos dispersivos. Confirma, assim, o que já tínhamos dito.
2.
Diferentemente
do que dissemos nos primeiros parágrafos, Saiunav prefere se referir às
captações mais intensas de energias, que aos desarranjos do campo fluídico, não
se trata de contradição, mas de óticas diferentes. Muitos poderão sentir como
ele, mas até onde a experiência nos tem demonstrado, a maioria percebe como um
foco em desarmonia e não, necessariamente, um foco sugador, pelo menos até que
se tenha feito algumas dispersões.
3.
Quanto
às suas quatro técnicas, poderíamos dizer que, na visão espírita, o fato de o
paciente estar de olhos abertos ou fechados, de pé ou deitado, de frente ou de
costas, não tem grande significação. Inclusive a necessidade de se virar o
paciente é dispensável, pois o tato magnético funciona com um raio x que, de um
único lado, `vê` e `sente` todos os órgãos. Podem ocorrer eventuais imprecisões
quando o médium não tem muita prática ou quando está com a sensibilidade
`psicotátil` enfraquecida, fora isso, a prática prova e aprova sobejamente
nosso argumento.
4.
Quanto
aos resultados, não aconselhamos prestar informações, neste sentido, ao
paciente. A prudência recomenda se faça o tratamento com acompanhamento por
fichas (...)
5.
Concluindo,
podemos senti-lo `tocando` o períspirito mas que, sem querer ou poder, não o
reconhece, talvez até pelas disposições legais de seu país, mas ele deixa claro
e evidente o reconhecimento dos centros de força, da aura, do próprio períspirito
e da intuição, que ele aqui denominou, complexamente, de `contato com o campo
das idéias e decisões preexistentes`, daí podendo-se inferir, igualmente,
direta alusão ao passado cármico do paciente e à preexistência da alma, em
outras palavras: à reencarnação.
Keith Sherwood concordo com os pontos
básicos de Saiunav, mas diverge apenas nos pormenores como, olhos, relaxamento
e posição, em sua visão, os olhos devem estar fechados, o paciente
obrigatoriamente relaxado e, primeiro, deitado de costas para, depois, virar de
bruços. Busquemos sua obra: `O curador, ao afagar a aura de seu paciente com a
palma d mão, pode coletar informações sobre a saúde física e emocional de seu
paciente. `
E sugere: `(...) Então faça três
passes completos com suas mãos sobre o corpo do paciente, começando pela cabeça
e terminando nos pés. Depois do passe final (...) ponha sua mão mais sensível a
aproximadamente 40 cm sobre o coração do paciente. Permita que sua mão desça até
sentir uma ligeira resistência, que fará a palma de sua mão latejar. (...)
`Se você deixar sua mão ir deslizando
pela superfície, você sentirá a energia de sua própria mão sendo refletida no
corpo do seu paciente. (...) Esteja ciente de todas as mudanças que vão ocorrer
no nível de energia d aura que faz sua mão mergulhar no corpo do paciente, ou
ser pressionada para longe. Mudanças violentas significam que o paciente está
tendo problemas em sua aura e no sistema sensível de energia. Note as diferenças
de temperatura, pontos frios e pontos quentes também podem indicar a existência
de alguma enfermidade.
`A aura deve ser firme, lisa e de
temperatura uniforme. Sempre que há alteração em uma destas condições, algum
tipo de enfermidade é culpada.
Observemos como aqui o passe
dispersivo foi mais claramente descrito e usado antes da diagnose. Depois, a
sugestão de iniciar colocando as mãos a partir de uma certa altura e ir
baixando aos poucos, até encontrar o limite da aura, é de muita praticidade e
qualquer que queira aprimorar sua prática deverá exercitar este procedimento.
Por fim, a técnica de diagnose aqui empregada é mais por `reflexão` que por
`refração fluídica`.
(..) Como se pode observar, muitos
são os autores que se referenciam à diagnose e, de certa forma, ao tato
magnético. Entretanto, não fomos nós quem inventamos esses termos na literatura
espírita, foi o notável Michaelus que, com sua lucidez e honestidade, nos
brindou tais pérolas, assim dizendo: `Contudo, há que distinguir os efeitos
reativos da ação, que todos os magnetizadores, em maior ou menor grau,
experimentam, constituindo o que se denominou de tato magnético, faculdade
preciosa no diagnóstico das moléstias e que se pode desenvolver pelo exercício
e pela prática.
(...) Encerrando duas sugestões:
1.
Quando
estivermos exercitando o tato magnético, é de boa medida fazermos uma
verificação do estado do paciente no final do passe para sentirmos as
diferenças do antes e do depois do passe, com isso aprimorando nossa técnica.
2.
Esta,
especialmente para os neófitos: faça-se o tato magnético antes e depois de um
dispersivo para se registrar com mais precisão nosso nível de percepção
`psicotátil`, ao tempo em que se ganha a oportunidade de `checar` a teoria
exposta.
Fonte: trechos do livro O passe – seu
estudo, suas técnicas, sua prática (Jacob Melo)