quarta-feira, 29 de março de 2017

Mesmerismo

Para começar a falar sobre Mesmerismo precisamos entender melhor a história sobre isto.

Franz-Anton Mesmer (1734-1815), redescobre um método de tratamento que já foi praticado por Paracelso e que era conhecido na Idade média, e vai ainda além afirmando sobre um fluído magnético que o homem possui e que é possível utilizar com fins terapêuticos.

Durante a vida, Mesmer ora era considerado um gênio ora charlatão. Naquela época ninguém tinha idéia que a própria medicina oficial depois utilizaria terapêuticas derivadas diretamente das idéias daquele visionário, como hipnose, sofrologia, electromagnetismo, etc.

Entender a importância de Mesmer na utilização da hipnose e do magnetismo nos dias atuais é poder olhar para o passado com respeito. Falar que é ultrapassado usa ou estudar mesmerismo é simplesmente fazer o mesmo que os médicos contemporâneos de Mesmer fizeram. Precisamos compreender as razões da hostilidade destes médicos e das gerações futuras quanto a terapêutica magnética, e para isto, precisamos recuar as origens da medicina ocidental.

Antes do século XVI a medicina encontrava-se estreitamente ligada à superstição e à religião. As orações, os amuletos, os sacrifícios eram considerados como promotores de cura. Depois vem o hábito de utilizar os recursos do mundo vegetal e animal, e virtudes curativas eram também atribuídas a certas substâncias de origem animal ou até humana.
Com Hipócrates que abre-se uma nova era. A medicina hipocrática esforça-se em precipitar a crise para que o organismo possa libertar-se do mal no momento em que este não o mina ainda por completo.
No século XVI (1493-1551) começa uma revolução médica, graças a Paracelso, que introduz o uso generalizado dos medicamentos químicos e denuncia as terapêuticas Galianas. Quando Mesmer tenta alterar a medicina de sua época seria como renegar os progressos realizados desde Hipócrates, que na época já utilizavam produtos farmacêuticos cada vez mais numerosos com objetivo de abafar ou evitar a crise, visto que o magnetismo proporciona efeitos benéficos pela precipitação da crise como convulsões e transpirações.

Também os inimigos do “pai” do magnetismo afirmavam que a famosa descoberta seria impossível de controlar cientificamente. Os médicos da época não conseguiam conceber que o destino dos doentes ficariam nas mãos de quem não possuiria conhecimentos médicos. Consideravam como uma afronta a venerada profissão com exceção de alguns médicos que consideravam o magnetismo como recurso terapêutico e queriam que somente os médicos pudessem vigiar seu emprego.
A indústria farmacêutica foi também sempre aliada contra uma forma de cura sem precisar utilizar medicamentos.

Mesmer teve vários êxitos, mas entre estes ele curou uma jovem que sofria de cegueira psicossomática e o caso causa escândalo porque ela se apaixonou por ele, então os inimigos de Mesmer aproveitam a oportunidade para redobrarem os seus ataques. (Como foi ilustrado em filme sobre a vida dele)
Mesmer depois de vários eventos importunos perde a popularidade, mesmo com vários êxitos, os inimigos conseguem determinar que os efeitos curativos são efeitos de sugestão, apenas o botânico Antonie-Laurent Jussiu afirma a necessidade de prosseguirem com as pesquisas no quadro da medicina por toques.

Como também acontece nos tempos atuais teve a vaidade e a ambição de um dos seus discípulos que passou o reconhecimento pessoal acima do próprio mestre e ainda a falta de verba que recebia do rei favoreceram para que Mesmer decidisse sair de cena. Seu reconhecimento foi recebido somente 3 anos antes de sua morte com o convite para ocupar uma cadeira da faculdade de Medicina de Berlin.
Mesmer deixou uma semente e a lição mesmeriana é retida por homens que se preocupavam com a cura de seus semelhantes. Um hospital mesmeriano em Berlin é aberto e o magnetismo progride na França, Inglaterra e até na India.
Depois de Mesmer alguns dos seus discípulos continuaram neste trabalho de pesquisa e tratamentos, utilizando o magnetismo, como o Marquês de Puységur, que não usou mais as tinas que Mesmer, passou a magnetização direta, e deu ênfase a algo que Mesmer já havia descoberto: o sonambulismo provocado, também observou o fenômeno de clarividência desencadeada pela magnetização.
O naturalista Deleuze (1753-1835), segue com magnetização direta com os passes magnéticos e confirmou também o sonambulismo magnético.
O Barão de Potet (1786-1881) estuda mais demoradamente o magnetismo e manifesta capacidades magnéticas muito convincentes aos médicos Parisienses. Elliotson explorou depois a anestesia magnética e em seu hospital Mesmérico de Londres vários doentes se beneficiam das intervenções cirúrgicas indolores.
Mais tarde, o Dr. James Esdaile, em Calcutá, segue também aplicando em vários doentes a anestesia magnética.
O Suiço Charles-Léonard Lafontaine (1803-1892) contribui para a elaboração das teorias mesmerianas. Uma de suas múltiplas demonstrações que efetua em Manchester, está na origem dos trabalhos do Dr. James Braid, que vai aperfeiçoar uma técnica próxima do magnetismo, mas é na realidade hipnose. Os círculos médicos franceses se interessam seriamente pelo assunto dentre eles Broca, Velpeau, Liébault, Bernheim, Charcot.
Depois de uns 10 anos da morte de Mesmer uma comissão de inquérito por unanimidade exprimiram um parecer favorável sobre as curas do magnetismo, com um volumoso relatório depositado na Academia de Medicina em 1831, sugerindo as pesquisas sobre o magnetismo, mas um dos acadêmicos, Dr. Castel, estimou que seu conteúdo faria correr o risco de comprometer os “conhecimentos psicológicos” adquiridos, e insurge-se contra sua publicação.
Vários médicos magnetizadores continuam utilizando anestesia magnética, como Dr. Cloquet em 1826, durante 10 anos conseguiu fazer cirurgias com sucesso utilizando magnetizadores-anestesistas, até que Dr. Dubois, 1837 aproveitou um inquérito para levar o magnetismo para a lama.
O magnetismo perseguido entraria na clandestinidade até a segunda metade do século XIX, e os adeptos tem de prosseguir as pesquisas solitariamente e contentar-se com curas às escondidas. O sonambulismo provocado, a hipnose e até os fenômenos de clarividência magnética proporcionam agora experiências devidamente subvencionadas, mas o magnetismo propriamente dito permanece banido dos hospitais franceses.
Um dos corajosos facultativos que continuou com os trabalhos foi o Dr. Moilin, publicou em 1869 o Tratado elementar teórico e prático do magnetismo. Dr. Moilin descobre que as curas operadas pelo magnetismo se explicam pela ação direta que o fluído magnético exerce sobre as células.
Moilin respondeu aos inimigos do magnetismo sobre as insinuações que a sugestão e auto-sugestão estavam na origem dos fenômenos magnéticos, dizendo: “atribuir essas curas à imaginação é zombar de uma palavra e, na minha opinião, é exatamente como se se dissesse que os doentes se curam porque têm horror à doença, tal como outrora se dizia que a água subia na bomba porque a Natureza tinha horror ao vácuo”.
Ao Dr. Moilin pertence o mérito de ter esclarecido a razão profunda de uma cura obtida por intermédio do magnetismo. As suas conclusões serão confirmadas pelos pesquisadores do século XX: as células do organismo humano – da mesma forma que as células dos animais e das diferentes espécies vegetais – extraem das irradiações magnéticas e compensação para o desaparecimento parcial ou total de sua energia vital habitual.

O fluído magnético emanado do ser humano desencadeia fenômenos de natureza diversa. Tudo depende da distância que separa o magnetizador da pessoa magnetizada.

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