Para
começar a falar sobre Mesmerismo precisamos entender melhor a história sobre
isto.
Franz-Anton
Mesmer (1734-1815), redescobre um método de tratamento que já foi praticado por
Paracelso e que era conhecido na Idade média, e vai ainda além afirmando sobre
um fluído magnético que o homem possui e que é possível utilizar com fins
terapêuticos.
Durante
a vida, Mesmer ora era considerado um gênio ora charlatão. Naquela época
ninguém tinha idéia que a própria medicina oficial depois utilizaria
terapêuticas derivadas diretamente das idéias daquele visionário, como hipnose,
sofrologia, electromagnetismo, etc.
Entender
a importância de Mesmer na utilização da hipnose e do magnetismo nos dias
atuais é poder olhar para o passado com respeito. Falar que é ultrapassado usa
ou estudar mesmerismo é simplesmente fazer o mesmo que os médicos
contemporâneos de Mesmer fizeram. Precisamos compreender as razões da
hostilidade destes médicos e das gerações futuras quanto a terapêutica
magnética, e para isto, precisamos recuar as origens da medicina ocidental.
Antes
do século XVI a medicina encontrava-se estreitamente ligada à superstição e à
religião. As orações, os amuletos, os sacrifícios eram considerados como
promotores de cura. Depois vem o hábito de utilizar os recursos do mundo
vegetal e animal, e virtudes curativas eram também atribuídas a certas
substâncias de origem animal ou até humana.
Com
Hipócrates que abre-se uma nova era. A medicina hipocrática esforça-se em
precipitar a crise para que o organismo possa libertar-se do mal no momento em
que este não o mina ainda por completo.
No
século XVI (1493-1551) começa uma revolução médica, graças a Paracelso, que
introduz o uso generalizado dos medicamentos químicos e denuncia as
terapêuticas Galianas. Quando Mesmer tenta alterar a medicina de sua época
seria como renegar os progressos realizados desde Hipócrates, que na época já
utilizavam produtos farmacêuticos cada vez mais numerosos com objetivo de
abafar ou evitar a crise, visto que o magnetismo proporciona efeitos benéficos
pela precipitação da crise como convulsões e transpirações.
Também
os inimigos do “pai” do magnetismo afirmavam que a famosa descoberta seria
impossível de controlar cientificamente. Os médicos da época não conseguiam
conceber que o destino dos doentes ficariam nas mãos de quem não possuiria
conhecimentos médicos. Consideravam como uma afronta a venerada profissão com
exceção de alguns médicos que consideravam o magnetismo como recurso
terapêutico e queriam que somente os médicos pudessem vigiar seu emprego.
A
indústria farmacêutica foi também sempre aliada contra uma forma de cura sem
precisar utilizar medicamentos.
Mesmer
teve vários êxitos, mas entre estes ele curou uma jovem que sofria de cegueira
psicossomática e o caso causa escândalo porque ela se apaixonou por ele, então
os inimigos de Mesmer aproveitam a oportunidade para redobrarem os seus ataques.
(Como foi ilustrado em filme sobre a vida dele)
Mesmer
depois de vários eventos importunos perde a popularidade, mesmo com vários
êxitos, os inimigos conseguem determinar que os efeitos curativos são efeitos
de sugestão, apenas o botânico Antonie-Laurent Jussiu afirma a necessidade de
prosseguirem com as pesquisas no quadro da medicina por toques.
Como
também acontece nos tempos atuais teve a vaidade e a ambição de um dos seus
discípulos que passou o reconhecimento pessoal acima do próprio mestre e ainda
a falta de verba que recebia do rei favoreceram para que Mesmer decidisse sair
de cena. Seu reconhecimento foi recebido somente 3 anos antes de sua morte com
o convite para ocupar uma cadeira da faculdade de Medicina de Berlin.
Mesmer
deixou uma semente e a lição mesmeriana é retida por homens que se preocupavam
com a cura de seus semelhantes. Um hospital mesmeriano em Berlin é aberto e o
magnetismo progride na França, Inglaterra e até na India.
Depois
de Mesmer alguns dos seus discípulos continuaram neste trabalho de pesquisa e
tratamentos, utilizando o magnetismo, como o Marquês de Puységur, que não usou
mais as tinas que Mesmer, passou a magnetização direta, e deu ênfase a algo que
Mesmer já havia descoberto: o sonambulismo provocado, também observou o
fenômeno de clarividência desencadeada pela magnetização.
O
naturalista Deleuze (1753-1835), segue com magnetização direta com os passes
magnéticos e confirmou também o sonambulismo magnético.
O
Barão de Potet (1786-1881) estuda mais demoradamente o magnetismo e manifesta
capacidades magnéticas muito convincentes aos médicos Parisienses. Elliotson
explorou depois a anestesia magnética e em seu hospital Mesmérico de Londres
vários doentes se beneficiam das intervenções cirúrgicas indolores.
Mais
tarde, o Dr. James Esdaile, em Calcutá, segue também aplicando em vários
doentes a anestesia magnética.
O
Suiço Charles-Léonard Lafontaine (1803-1892) contribui para a elaboração das
teorias mesmerianas. Uma de suas múltiplas demonstrações que efetua em
Manchester, está na origem dos trabalhos do Dr. James Braid, que vai
aperfeiçoar uma técnica próxima do magnetismo, mas é na realidade hipnose. Os
círculos médicos franceses se interessam seriamente pelo assunto dentre eles
Broca, Velpeau, Liébault, Bernheim, Charcot.
Depois
de uns 10 anos da morte de Mesmer uma comissão de inquérito por unanimidade
exprimiram um parecer favorável sobre as curas do magnetismo, com um volumoso
relatório depositado na Academia de Medicina em 1831, sugerindo as pesquisas
sobre o magnetismo, mas um dos acadêmicos, Dr. Castel, estimou que seu conteúdo
faria correr o risco de comprometer os “conhecimentos psicológicos” adquiridos,
e insurge-se contra sua publicação.
Vários
médicos magnetizadores continuam utilizando anestesia magnética, como Dr.
Cloquet em 1826, durante 10 anos conseguiu fazer cirurgias com sucesso
utilizando magnetizadores-anestesistas, até que Dr. Dubois, 1837 aproveitou um
inquérito para levar o magnetismo para a lama.
O
magnetismo perseguido entraria na clandestinidade até a segunda metade do
século XIX, e os adeptos tem de prosseguir as pesquisas solitariamente e contentar-se
com curas às escondidas. O sonambulismo provocado, a hipnose e até os fenômenos
de clarividência magnética proporcionam agora experiências devidamente
subvencionadas, mas o magnetismo propriamente dito permanece banido dos
hospitais franceses.
Um
dos corajosos facultativos que continuou com os trabalhos foi o Dr. Moilin,
publicou em 1869 o Tratado elementar teórico e prático do magnetismo. Dr.
Moilin descobre que as curas operadas pelo magnetismo se explicam pela ação
direta que o fluído magnético exerce sobre as células.
Moilin
respondeu aos inimigos do magnetismo sobre as insinuações que a sugestão e
auto-sugestão estavam na origem dos fenômenos magnéticos, dizendo: “atribuir
essas curas à imaginação é zombar de uma palavra e, na minha opinião, é
exatamente como se se dissesse que os doentes se curam porque têm horror à
doença, tal como outrora se dizia que a água subia na bomba porque a Natureza
tinha horror ao vácuo”.
Ao
Dr. Moilin pertence o mérito de ter esclarecido a razão profunda de uma cura
obtida por intermédio do magnetismo. As suas conclusões serão confirmadas pelos
pesquisadores do século XX: as células do organismo humano – da mesma forma que
as células dos animais e das diferentes espécies vegetais – extraem das
irradiações magnéticas e compensação para o desaparecimento parcial ou total de
sua energia vital habitual.
O
fluído magnético emanado do ser humano desencadeia fenômenos de natureza
diversa. Tudo depende da distância que separa o magnetizador da pessoa
magnetizada.